Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
formigos ou ovos mexidos (como se chamam na Beira Litoral
1 litro e meio de água
umas pitadas de sal
açúcar q. b.
1 pau de canela
1 fava de baunilha
1 casca de limão
1 cálice de vinho do Porto
1 colher de sopa cheia de manteiga
4 colheres cheias de mel
meia chávena de chá de azeite ou banha de porco
6 a 8 pães atrasados cortados aos bocadinhos pequenos
8 gemas batidas e passadas por um coador
canela para polvilhar
Temos uma panela com água, onde juntamos, em frio, todos os ingredientes.
Mexemos e acrescentamos o açúcar ao gosto de cada um. Isto, pelo facto de haver pessoas que gostam das coisas mais ou menos doces.
Leva-se ao lume brando a cozinhar.
De quando em vez, com colher, vamos mexendo para não torrar no fundo.
Quando o pão estiver completamente desfeito, aí, temos de ter muita atenção e continuar, sempre a mexer com a colher, reduzir o lume, pois salpica, pode causar queimaduras e torrar no fundo do tacho.
Quando acharmos que já está com cor castanhinha e com consistência gelatinosa, retira-se do lume.
Retiram-se também a casca de limão, o pau de canela e fava de baunilha (esta pode ser lavada, seca e de novo utilizada).
Esta receita é muito antiga e nortenha. Antigamente não havia varinha mágica, por isso o pão tinha que ser cortado muito miudinho, para se desfazer completamente com a cozedura.
Hoje, como as novas tecnologias, eu uso a varinha para triturar tudo e obter uma espécie de creme espesso, que fica óptimo.
De seguida, acrescento, com cuidado, as gemas batidas e passadas em coador fino.
Levo uns minutos ao lume a cozer as gemas e estão prontos, os formigos.
Ter também em atenção que em vez de misturar as gemas ao preparado quente, para não cozerem, deve misturar-se colheradas (aos poucos) do preparado aos ovos e mexer continuamente até elas aquecerem. Só depois é que se misturam ao restante preparado no tacho.
Não necessita de ficar grosso, pois ao arrefecer eles solidificam, tal como a marmelada.
Verte-se o preparado em recipientes (tigelas, por exemplo....no norte, conhecidas também, por malgas), e deixa-se arrefecer.
Por fim, polvilha-se com canela em pó.
Há quem guarde no frigorífico.
Uma sugestão: Há quem costume juntar frutos secos no fim, como pinhões, nozes, passas. Eu, particularmente, aprecio ao natural. No entanto, fica bom com os frutos secos.
Esta receita é de minha avó, e aprendi-a com minha mãe.
Antigamente a vida era mais complicada e difícil para as pessoas.
Não havia esta sociedade de consumo de hoje, nem tantos produtos à venda....e muito menos dinheiro para se gastar. Então, eles serviam-se dos produtos que produziam, era uma sociedade de subsistência....... e como no norte é frio, tinham que se alimentar bem, assim, procuravam confeccionar pratos onde entravam produtos simples e fáceis de obter......
A receita original levava banha de porco.......eu, como não posso comer gorduras animais, utilizo azeite e fica bom, de qualquer modo! Também não levava fava de baunilha, eu é que costumo utilizar na maioria dos pratos de comer à colher.
Então, aqui têm um exemplo dum prato muito substancial e calórico e ao mesmo tempo doce.
sem a canela polvilhada
(Tina)
música: Canzoni di natale Wham! - Last Christmas
http://www.youtube.com/watch?v=QotJ-YrHJhA